Vivemos tempos complexos, com as perspectivas e valores mundiais em derrocada, decorrentes da permanência do vírus da Covid-19 e de suas consequências, que despertaram sentimentos e vontades reprimidas por muito tempo. Precisamos, agora, recompor tudo o que foi quebrado nos últimos anos e isso terá um custo alto, que impactará o mundo todo.
Mesmo assim, este ano promete ser o ano da retomada, apesar de problemas econômicos globais, novos governantes no Brasil (e em vários estados) e, ainda, com a falta de uma definição nas políticas a serem implantadas. São fatores que deixam um pouco turvas quais serão as grandes perspectivas que teremos pela frente.
Para o setor automotivo, que nos últimos anos passou por problemas em sua cadeia de produção, há perspectivas de melhorias. As projeções da ANFAVEA para 2023 são de uma produção 3% maior que a do ano passado, já sem grandes impactos negativos, na medida em que se espera que as cadeias de suprimentos e de logística estejam reestruturadas.
Se, por esse lado, a produção de veículos estará praticamente normalizada, por outro os preços deverão permanecer altos frente à realidade econômica dos consumidores – o que, inclusive, poderá impactar vendas, já que também as taxas de financiamento continuam elevadas. E, no curto prazo, não há expectativa de redução, pois temos políticas econômicas a serem desenvolvidas no Brasil e também no mundo, que refletem diretamente nesse quesito.
Porém, são nesses momentos de preços altos de veículos e de elevadas taxas de juros, que o setor de locação de veículos ganha evidência. Foram em ambientes econômicos marcados por características semelhantes que as locadoras mais se desenvolveram no Brasil, com pessoas jurídicas buscando a troca dos seus ativos para fazer caixa – e utilizando a locação como forma de ratear investimentos em veículos.
Esse continua a ser um grande filão de mercado e, nos últimos anos, também passou a ser tendência entre pessoas físicas, por meio do carro por assinatura. Porém, em relação a essa modalidade, chamo a atenção das locadoras principalmente na análise de crédito, pois o carro por assinatura implica em comprometimento da renda familiar por um longo período – e isso tem de ser observado no momento da análise do cadastro.
Diante de todo esse cenário, acredito que existem boas perspectivas para o setor de locação de veículos no ano de 2023. Só recomendo às locadoras que cuidem bem da precificação de seus produtos e serviços, determinando seus próprios preços de acordo com seus custos, em
vez de se basear nos preços de terceiros. Lembre-se: cabe a você manter seu negócio sustentável.
Bons negócios a todos.
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